O que é displasia coxofemoral?
A displasia coxofemoral é um desenvolvimento falho da articulação coxofemoral (acetábulo com o fêmur), caracterizado por graus variáveis de frouxidão articular que permite subluxação em idade precoce. Esta enfermidade identificada na maioria das raças caninas ocorre com mais freqüência em raças de maior porte e gigantes, bem alimentados e de crescimento mais rápido.
O desenvolvimento da displasia coxofemoral é influenciado por complexos fatores genéticos, afetando cães de ambos os sexos com igual freqüência, sendo desenvolvida uma predisposição por algumas raças ( pastor alemão, rottweiler, fila brasileiro, dogue alemão). A displasia coxofemoral foi também descrita em gatos tendo maior probabilidade de ser afetados gatos de raças puras, que os gatos domésticos.
A instabilidade articular ocorre à medida que o desenvolvimento e a maturação musculares se atrasam com relação à taxa de crescimento esquelética. Os primeiros 60 dias de vida correspondem ao período mais crítico para o desenvolvimento das estruturas de tecido mole; quando o estresse e o peso exercidos na articulação coxofemoral excedem os limites de força dos tecidos moles de sustentação, ocorre instabilidade articular. O diagnóstico da displasia coxofemoral baseia-se na anamnese, no exame físico e na avaliação radiográfica das articulações coxofemorais. O exame físico observa a claudicação do membro posterior e anormalidades da andadura (especialmente após períodos de exercícios) e o movimento da articulação coxofemoral freqüentemente limita-se devido à dor articular.
No exame radiográfico, as alterações associadas à displasia coxofemoral variam de subluxação da cabeça femoral a atropatia severa, com alterações acentuadas na arquitetura da cabeça femoral e acetabular. Há considerável variação na gravidade dos sintomas clínicos, tempo de surgimento das alterações estruturais, idade na qual surgem os sintomas, velocidade da progressão da moléstia, grau da dor e do prejuízo à movimentação. A frouxidão articular é o sintoma mais precoce de displasia coxofemoral.
Nos casos de animais suavemente afetados e naqueles com episódio inicial de claudicação recomenda-se a terapia não-cirúrgica que consiste em restringir a atividade para permitir que a resposta inflamatória dentro da articulação diminua; administrar medicamentos para aliviar a dor e reduzir a inflamação associada à artropatia degenerativa. Em casos de cães com moléstia mais avançada, a restrição da atividade física e analgésicos podem não ser suficientes para proporcionar o alívio da dor. Nestes casos, o tratamento mais atraente é a substituição total da articulação coxofemoral.
Embora este procedimento esteja se tornando prático, sob o aspecto técnico, o custo da cirurgia tem limitado seu uso, além de exigir alto grau de habilidade técnica do profissional. Existe outras técnicas cirúrgicas como: Osteotomia Pélvica Tripla (o cão deve ter de 5 a 13 meses de idade); Artroplastia de Excisão da Cabeça e Colo Femorais (realizada em cães de qualquer idade, obtendo - se mais sucesso em cães acima de 18Kg); Miectomia Pectínea (realizada em cães de qualquer idade sendo que este procedimento não exclui uma tentativa de outros procedimentos, se não obtiver sucesso); Osteotomia Intertrocantérica (realizada próxima à idade de maturidade esquelética de 6 a 8 meses).
Por estas razões nunca compre um cão cuja raça tenha pré-disposição a displasia coxofemoral sem exigir o pedigree com atestado negativo à enfermidade. Esta cautela também deve ser feita antes de qualquer proprietário realizar uma cobertura com seu cão.
Autoras
Evelin Cristian de Azevedo – CRMV 6297 (Médica Veterinária – professora de anatomia veterinária – Ulbra).Denise Silva Silveira (Estudante de Medicina Veterinária – 3º semestre – Ulbra).
Evelin Cristian de Azevedo – CRMV 6297 (Médica Veterinária – professora de anatomia veterinária – Ulbra).Denise Silva Silveira (Estudante de Medicina Veterinária – 3º semestre – Ulbra).