sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Displasia Coxo-Femoral

A displasia é determinada a partir de uma combinação de genes no organismo dos animais, caracterizando a doença como uma patologia, ou seja, determinada por mais de um par de genes. Além disso, a doença agrava-se por influência de fatores externos, e uma vez desenvolvendo-se a doença está não volta a regredir.

Características da doença

    A displasia é uma doença influenciada por fatores genéticos, geralmente transmitida de maneira hereditária, isso é, os pais possuem a doença, os filhos também possuíram, e quanto maior o número de ascendentes afetados um filhote tiver, maior serão as chances do mesmo manifestar a displasia. E determinada por fatores de manejo e do meio ambiente.Mais comum em cães de grande porte e de crescimento rápido, mas ainda que em mínima quantidade pode atingir também cães que apresentam menores taxas de crescimento, ou seja, o rápido crescimento do esqueleto quando não acompanhado pelo crescimento da musculatura pélvica favorece a ocorrência de displasia. Atinge na mesma freqüência machos e fêmeas.
    
Ë uma patologia que altera a conexão entre a cabeça do fêmur e o acetábulo (estrutura que liga a pelvis ao fêmur). Esta acomete uma ou ambas articulações, normalmente atinge as duas articulações.Raças mais acometidas: Pastor Alemão, Rottweiler, Weimaraner, Golden Retriever, Retriever do Labrador, Fila Brasileiro entre outras raças.

Sinais clínicos

Geralmente aparece a partir dos 4-6 meses, indo d uma manqueira discreta até às vezes a total incapacidade locomotiva. 
Os sintomas são variados, basicamente uma dificuldade em caminhar, crepitações (estalos) nas juntas e sinais de dor que passam a ser constante. O cão inicia-se mancando de alguma pata traseira, sente dor ao andar e às vezes chora e até mesmo arrasta-se, dependendo da gravidade do quadro o animal pode até parar de movimentar as patas traseiras. Os sintomas baseiam-se não apenas na dor, como também na claudicação, dificuldade de locomoção, atrofia muscular, mobilidade alterada (excessiva ou diminuída) e crepitação (estalos) ao exame clínico da articulação.
Existem cães que são apenas portadores da displasia, não apresentam dor, estes apenas são diagnosticados através do exame radiográfico.A displasia é desencadeada pela hereditariedade, por fatores ambientais (piso liso), a raça do animal (geralmente cães de grande porte). Há cães que são assintomáticos, ou seja, não apresentam sinais clínicos, isso acontece por que as alterações ósseas desaparecem com a maturidade esquelética. Portanto os cães com uma idade mais avançada acabam se encaixando num quadro clínico diferente, onde as pequenas alterações, aparentemente sintomáticas, evoluíram para uma doença articular degenerativa crônica, e o animal manifesta dor, levanta-se com dificuldade, evitar caminhar e brincar torna-se triste, com o seu humor e temperamento mudados.
Diagnóstico

Para diagnosticar a doença usa-se o exame radiográfico (Raio-X), que é o único método seguro, este só pode ser realizado com cães a partir de 1 ano de idade, pois as alterações ósseas decorrentes da displasia progridem com a idade, portanto recomenda-se o raio-x após 12 meses de idade em cães de pequeno porte e com 18 meses em cães de grande porte.
O laudo oficial é emitido pelo Colégio Brasileiro de Radiologia Veterinária (CBRV). Há alguns pré-requisitos para a emissão do laudo:
•    Uma cópia autenticada da tarjeta ou do pedigree;
•    Um termo de responsabilidade do médico veterinário;
•    Um termo de responsabilidade do proprietário;
•    A radiografia das articulações coxo-femorais conforme as normas do CBRV.

No exame o cão deverá estar em jejum de 8 horas, receberá um sedativo para relaxar a musculatura. O exame não é aconselhável em gestantes, pois os filhotes podem ser prejudicados e nem para as cadelas que forem mães há menos de 30 dias, pois a sua ossatura não voltou ao normal.

Classificação / Categorias
                                                                                 Há vários graus de displasia (leve a grave). 

                      Categorias da displasia                                                                                       Situação apresentada
                                       A = HD -                                                   Animal sem sinais de displasia.
                                       B = HD +/-                                         Animal com articulações coxo-femorais                
                                                                                                      próximas do normal.
                                       C = HD +                                                     Displasia coxo-femoral leve.
                                       D = HD ++                                               Displasia coxo-femoral moderada.
                                       E = HD +++                                         Displasia coxo-femoral severa.
 Filhotes com ancestrais com displasia HD ++ e HD +++ ou Rottweilers de mais de um ano de idade com laudo indicando portarem o mal não devem ser adquiridos.
  
Ao comprar um Rottweiler, verifique os laudos dos pais e avós do filhote com menos de um ano de idade. Alguns canis já vendem filhotes com três ou quatro gerações controladas quanto à displasia.

Tratamento

A displasia não tem cura, pois se ela não for evitada, uma vez adquirida, ela não regride. Alguns tratamentos:

•    Fisioterapia: consiste em exercícios para fortalecer a musculatura, aumentando a sustentação do quadril, os métodos mais indicados são a natação e as caminhada na areia (esforço).
•    Tratamento alopático: dispõe de drogas  base de vitaminas a aminoácidos para melhorar a área afetada. Não há contra indicação e pode ser administrado por toda a vida animal. Os antiinflamatórios também são usados e por serem a base de corticoídes não tratam, apenas diminuem a dor.
•    Tratamento homeopático: o melhor e o mais seguro, pois o remédio é dado não para  displasia e sim para seus sintomas. Não há contra indicação e posologia (dose) é feita de acordo com o estado de vida do animal.
•    Cirurgia: consiste na cefalectomia (retirada da cabeça do fêmur), que acaba com o atrito que causa as dores.

Controle para evitar o agravamento da doença

•    Evitar a obesidade, no caso de cães obesos, reduzir a ingestão de calorias para haver um controle de peso;
•    Controle a ração para qualquer indivíduo em geral;
•    Não dar comida à vontade ao filhote, pois acelera o crescimento, facilitando o aparecimento da doença;
•    Os filhotes podem se exercitar a partir dos 3 meses, de forma moderada (a natação, caminhadas leves, para desenvolver        a  musculatura pélvica);
•    Os exercícios pesados (como deixar o cão correr ao lado da bicicleta, ou de outros veículos) devem ser evitados, pois podem provocar não apenas a displasia como artroses;
•    Proporcionar um ambiente sempre favorável ao animal, não deixar o animal em pisos lisos;
•    Filhotes recém-nascidos devem permanecer sobre uma superfície áspera, para evitar escorregões que forcem a articulação.

Controle genético


 Não se deve  cruzar cães com combinação de genes aptos para causar a doença. Cães com pais portadores de displasia terão maior probabilidade de desenvolver a doença, mas esta doença também pode surgir em filhotes de pais livres de displasia.
 O melhor método de controle é a seleção de animais para o cruzamento, cabe aos criadores um controle radiográfico, evitando dessa forma o cruzamento de animais displásicos.
Na  compra de um filhote, exija o laudo radiográfico da displasia do pai e da mãe, um dos dois deve ser isento da doença, pois isso dará mais segurança, e a chance de adquirir um filhote displásico será menor, mas não nula.  

  escrito por Roberta Todisco Genaro